A safra de 2024/25 no Brasil terá clima favorável, é o que indicam as projeções meteorológicas divulgadas pelo agrometeorologista da Rural Clima, Marco Antonio dos Santos. Apesar da boa notícia, o especialista faz a ressalva para a irregularidade das chuvas nos próximos meses, o que pode atrasar o plantio, principalmente nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e no MATOPIBA.
De acordo com a previsão, a segunda quinzena de junho será de chuvas intensas na faixa litorânea do Nordeste, extremo norte da região Norte e sobre a região Sul do país. Nos estados do Centro-Oeste e em grande parte da região Sudeste, com exceção das regiões sul e leste de São Paul e faixas litorâneas do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, até agosto, o clima permanecerá seco. “Somente em setembro deve voltar a chover mais na parte central do Brasil, mas o seu volume ainda será baixo. A precipitação só voltará a ser significativa nesta região na segunda quinzena de outubro, quando poderá ser feito o plantio”, salienta o especialista.
Outra ressalva está para o plantio do milho na região Sul, que deve atrasar em razão das ondas de frio previstas para os próximos meses, principalmente em agosto. Porém, o volume de chuvas a partir de outubro indica que a safra do próximo ano será boa, em especial, nos cultivos de grãos, café e cana-de-açúcar.
Previsão do tempo para os próximos dias
Para as próximas duas semanas, a previsão meteorológica indica que haverá chuvas mais expressivas no Sul, em todo o litoral do Nordeste brasileiro, e no extremo Norte. Na região central, o tempo estará extremamente seco e de grande amplitude térmica.
De acordo com a previsão, os pontos de atenção ao calor serão no interior de São Paulo, e em municípios do Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e em Goiás, com temperaturas que devem chegar entre 35 e 38 graus. A massa de ar seco estará mais concentrada fora do país, em regiões da Bolívia e Paraguai.
Quanto às possibilidades de chuva para o mês, na segunda quinzena de junho poderá ter pancadas de chuva no extremo sul de Goiás, oeste do Mato Grosso e em Rondônia. Além disso, há também a possibilidade de uma frente fria alcançar os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul entre os dias 20 e 25.
Chuvas concentradas na região Sul
Entre o sábado (15) e o domingo (16), a previsão meteorológica indica a chegada de uma frente fria que vai atingir os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, passando também por algumas cidades do sul do Paraná. A maior intensidade da precipitação deve ocorrer em todo o território gaúcho, partes da Argentina, Paraguai e sul de Santa Catarina.
Após o período chuvoso, que deve permanecer na semana que vem, uma massa de ar polar atinge o RS e SC, com riscos de causar temperaturas abaixo dos 3°C nas serras gaúcha e catarinense.
As projeções de chuva para o próximo final de semana também mencionam o alerta para a subida do nível dos rios, reservatórios e mananciais no Rio Grande do Sul, o que pode atrapalhar na finalização da colheita da soja, prejudicando também o plantio do trigo no estado. No Paraná e nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, a expectativa para os próximos dias será de clima seco.
Expectativas para a La Niña
Neste ano, a previsão meteorológica indica que haverá o fenômeno climático La Niña, que é o resfriamento das águas do Oceano Pacífico. A expectativa é de que o evento seja de intensidade baixa a moderada, com sua formação ocorrendo durante o inverno no hemisfério sul, e auge entre os meses de outubro e novembro, já na primavera. As projeções dos institutos de meteorologia indicam que a La Niña deve perder sua força durante o verão de 2025.
Clima nos EUA e Ásia
Ainda, de acordo com as projeções meteorológicas, para os Estados Unidos, há uma previsão de chuvas favoráveis para a agricultura nos próximos 15 dias. As tempestades que atingiram o sul do país recentemente também perderam a sua intensidade. A expectativa é de que os meses de julho e agosto sejam mais secos e com temperaturas mais elevadas, dentro da normalidade esperada. No meio-oeste americano, é possível que o excesso de precipitação esperado para o mês garanta a presença de água no solo para os dias de estiagem.
Por sua vez, na Ásia a situação do volume de chuva está abaixo do esperado, principalmente em países como Índia, Vietnã e Paquistão, prejudicando culturas como as de algodão e cana-de-açúcar. Na região, somente a partir de julho e agosto que a precipitação vai melhorar, beneficiando também a Austrália.
Fonte: Rural Clima | Autor: Ruan Nascimento – Jornalista